Se você esperava que o especial de 50 anos do Saturday Night Live fosse uma simples homenagem ao passado, Robyn e David Byrne tinham outros planos: transformar o palco em uma pista de dança onde a única regra era se entregar ao ritmo – e talvez ajustar um pouco melhor os ternos cáqui.
A noite já estava recheada de apresentações de peso – Nirvana com Post Malone (sim, isso aconteceu), Miley Cyrus, Fugees, The B-52s e até Lady Gaga entoando Dick in a Box com a devoção de quem sabe que está fazendo história. Mas quando Robyn e Byrne entraram em cena, ficou claro que a festa estava só começando.
Vestidos com ternos combinando – um upgrade na usual abordagem “minha roupa engoliu meu corpo” de Byrne – os dois deram vida a Dancing On My Own como se fosse a trilha sonora de um musical indie onde todos os personagens enfrentam uma crise existencial… mas com passos de dança espetaculares. Microfones sem fio? Essenciais. Energia da plateia? Explosiva.
E quando todos pensavam que a experiência não podia ficar mais surreal, a dupla deslizou sem esforço para This Must Be the Place (Naive Melody), do Talking Heads. Nesse momento, ninguém sabia mais se estava no SNL50, no universo cinematográfico de Spike Jonze ou dentro de um devaneio coletivo onde Robyn e Byrne eram guias espirituais.
David Byrne, claro, já é um veterano da casa: esteve no SNL sozinho, com os Talking Heads e até como convidado especial na icônica esquete Airport Sushi de John Mulaney. Mas agora, ele e Robyn deram ao programa um presente de aniversário inesquecível – uma mistura de nostalgia, catarse e muito, mas muito rebolado.
Moral da história? Nunca subestime o poder de um bom terno cáqui e de uma batida perfeita.