O Ira! foi vaiado durante uma apresentação em Contagem-MG. O motivo não foi um “pobre paulista” infiltrado ou um aniversariante “envelhecendo na cidade”. Antes fosse.
Nasi, o Wolverine do rock brazuca, soltou um “Sem anistia” e deixou parte da audiência irritada ao ponto de iniciar uma vaia. O vocalista não deixou barato e soltou um discurso educado para dizer “vocês são burros, hein?” e convidou parte do público para cair fora do recinto.
Após a viralização do episódio, ficamos sabendo que algumas das apresentações da banda foram canceladas em Santa Catarina e Blumenau. (Eu não falei nada. Você que pensou.) A história teria acabado aí, afinal, fodam-se os racistas que pediram devolução do ingresso. Mas… o brasileiro sempre nos surpreende.
Véi.
“Lamentamos o ocorrido, somos uma produtora com mais de 30 anos de mercado e nosso principal patrimônio é o público, e este deve ser muito bem tratado por nós produtores e pelos artistas, que deveriam subir ao palco apenas para apresentar suas músicas e talentos.”
Esse trecho é de cair o cu da bunda.
Eu nem tenho roupa para entender o que li. Ainda que (dentro da minha grande ignorância) nunca tenha visto o Ira! como uma banda política, é direito deles como pessoas responsáveis e conscientes do seu poder de influência, se manifestar. Assim como é direito (ser estúpido e) pedir a devolução do dinheiro do ingresso.
Ninguém é obrigado a nada.
Porém, ver uma produtora soltando uma nota dessas foi um pouco surpreendente até para os padrões do que estamos acostumados no Brasil. Censura que chama? Felizmente, o melhor do brasileiro é seu talento para o marketing. Ou deboche.
Uma outra produtora decidiu mostrar que existem pessoas legais no sul e soltou essa nota maravilhosa nas redes para divulgar a apresentação do Ira! em Porto Alegre.
A impressão é que alguns “fãs” acham que Nasi se escreve com Z, sabe? Eu subestimei a burrice do fã-clube do ex-presidente inelegível. Foda.